MINIBIO
MIRTA (1952, uruguaia de nascimento, brasileira de nacionalidade, RS) vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Psicanalista de formação e prática clínica desde 1973. Inicia seus estudos em aquarela com Alberto Kaplan nos anos 90, passando a seguir pelo desenho e então para pintura no Parque Lage, onde faz curso prático de pintura com Prof. Luís Ernesto. As linhas e formas exploradas pela artista, fazem referência a experimentações com diversos materiais e elementos, trabalhos manuais de recorte, costura, tricô, crochê, etc que acompanharam seu percurso de vida. Teve trabalho projetado no QG Festival no Rio e Fortaleza, em 2020, durante a pandemia. Há 5 anos participa de Seminários de Arte e Psicanálise onde em 2021 apresentou seu percurso Psicanalista/artista, na Escola Brasileira de Psicanálise-Seção Rio. Em 2022, faz sua primeira exposição coletiva QUARTETA – mulheres que pintam, no Estúdio Ipê, no Rio de Janeiro. Em 2023 participou da ZAIT residência artística com coordenação de Daniela Labra.
STATEMENT
A obra de MIRTA trata de interrogações a respeito das questões e angústias da existência humana. Desde a infância, o encanto e apaziguamento que encontrava nas expressões artísticas conduziram seu percurso como artista e psicanalista. Em ambos os campos, MIRTA pesquisa as fantasias, invenções e possíveis soluções singulares diante da angústia de existir.
Sua pintura se produz sempre com muitas cores e formas e se conduz a partir de um elemento mínimo depositado na tela: um traço e desenhos desenvolvidos aleatoriamente. Um encontro contingencial, seja com materiais guardados, parte de uma bagagem de vida, seja lançando mão do que vê, e conhece de novo, do que os outros fazem, como fazem, com o que fazem.
Um traço singular recorrente, a figura humana, perfis, contornos, partes do corpo, corpos sem cabeça e cabeças sem corpos, particularmente o corpo feminino que encarna uma falta, uma divisão do sujeito, um equívoco, uma brecha que não se sutura. Esse é o ponto de partida de seu tracejar no desenho. Suas formas, contornos, mas principalmente a incógnita que sustenta, remete ao vazio, à origem da vida. A arte para ela, se insere nesse espaço, nessa brecha que marca um impossível, a incompletude do ser humano e sua possibilidade de criação inesgotável.